Sonorização embutida em ambientes.

caixas de embutir

Elas são as queridinhas dos decoradores e arquitetos e, embora já tenham sido muito criticadas pelos instaladores, conquistaram seu espaço e o respeito dos profissionais de áudio e vídeo.

São ainda imbatíveis na discrição, permitindo a instalação de um sistema 7.1 sem nenhuma caixa aparente. Além disso, estão disponíveis em várias opções de formatos (podem ser redondas, quadradas ou retangulares), cores e acabamentos (como plástico e alumínio).

Com a entrada dos fabricantes nacionais e a redução dos preços, o mercado de caixas de embutir está bem aquecido. “Nos últimos dois a três anos, os custos caíram de 20% a 30% e, hoje, o usuário que quer ocultar as caixas no ambiente encontra modelos para as mais diversas aplicações”, afirma Roberto Molnar. Ele é diretor da Projekt, fabricante nacional que possui uma linha completa de caixas embutidas.

caixa exemplo

Neste segmento, existem as caixas de parede, chamadas de in-wall, e de teto (in-ceiling). Quase todos os modelos atuais aceitam os dois tipos de posicionamento, embora a maioria dos projetistas/usuários prefira embutir as caixas no forro de gesso. Muito tradicional nas residências americanas, a instalação na parede é pouco explorada no Brasil. Motivo: a dificuldade de se encontrar paredes de dry-wall (gesso acartonado), que são ideais para receber os modelos in-wall.

Mas será que as caixas de embutir são todas iguais? A resposta é não. “Em primeiro lugar, não se pode esperar que as caixas de embutir apresentem o mesmo rendimento dos modelos tradicionais”, declara ele. “Por outro lado, se o forro de gesso estiver bem estruturado (medida que evita vibrações) e os canais posicionados corretamente, elas tocarão muito bem.”

As exigências também são diferentes. Em geral, as caixas de embutir são mais utilizadas em som ambiente e nos canais surround dos sistemas de home theater. “Caixas embutidas para som ambiente precisam ter elevada sensibilidade, para que possam tocar mais alto quando alimentadas por um receiver de potência reduzida”, diz Edson Kei, da loja paulistana Imagic. É comum aproveitar o receiver do próprio home theater para abastecer um par (ou até dois) de caixas de multiroom. E, nesse caso, contar com caixas de maior sensibilidade ajuda a aumentar o rendimento sonoro, inclusive nas áreas externas, como jardins e varandas. “Nos projetos em que existe um amplificador (ou receiver) exclusivo para o som ambiente, a preocupação com a sensibilidade não precisa ser tão intensa”, comenta Kei.

Home theater

Quando assumem o papel de canais surround, os modelos de embutir precisam ter outras qualidades. “O mais importante é que acompanhem o mesmo timbre das caixas frontais”, resume Kei. Embora a maioria das caixas seja criada a partir de princípios técnicos semelhantes, o design, a construção e os componentes internos variam de acordo com o fabricante. Para que a reprodução do áudio seja sempre homogênea e agradável, todas devem ter a mesma sonoridade (ou timbre). Na dúvida, lembre-se que fica mais fácil preservar a “assinatura musical” do conjunto se todas as caixas forem da mesma marca e, de preferência, da mesma série.

Imagem mostra uma caixa de embutir em detalhes.

Mas existem projetos em que o proprietário faz questão de deixar todas as caixas escondidas, inclusive as frontais. E foi pensando nesses casos que surgiram algumas caixas embutidas especiais, como as anguladas, pivotantes e motorizadas. “Graças a um ajuste mecânico, nossas caixas com painel frontal inclinado podem ser posicionadas no teto mantendo ângulos de 15o a 45o”, comenta José Augusto Furtado, da Loud, fabricante nacional de caixas embutidas. “Essa regulagem permite um melhor direcionamento do áudio para os ouvintes em salas de diferentes tamanhos. Em ambientes pequenos (um quarto ou cozinha, por exemplo), a caixa frontal angulada de embutir deve ficar bem inclinada, característica que deixa o som mais direcional.”

Caixa embutida no teto de gerso

Nas pivotantes, o painel da caixa fica instalado no próprio forro de gesso. Nesse caso, quem se movimenta são os falantes. Em geral, o tweeter, mas o mercado ainda oferece modelos em que o woofer também pode ser direcionado para a posição de audição. E no topo da pirâmide estão as caixas motorizadas, que custam a partir de R$ 3.000 (o par) e são acionadas de forma elétrica.

Várias marcas disputam o mercado de caixas de embutir no País. Das internacionais (com representação oficial no Brasil), temos Polk Audio, Bose, B&W, PSB, Xantech, Paradigm e Flatline, entre outras. Entre as nacionais, aparecem marcas como Projekt, Loud e Absolute Acoustics.  “Os fabricantes nacionais também têm oferecido produtos de boa qualidade”, garante Paulo Mendes, da Chiave, que já distribui as caixas de embutir da PSB e da Xantech. Agora, o próximo passo da empresa será o lançamento de uma marca nacional de caixas, que, segundo ele, terá preços mais competitivos. “O mercado está crescendo e o consumidor quer ter várias opções de modelos e preços.”

ESCOLHA AS SUAS CAIXAS DE EMBUTIR

Fixas tradicionais
São indicadas para som ambiente e para os canais surround. Ao contrário do que acontece com as frontais, o som reproduzido pelas caixas traseiras não precisa chegar diretamente aos ouvidos dos espectadores. Deve apenas realçar a sensação de envolvimento no ambiente. Por isso, a dica é posicionar as caixas de embutir tradicionais no forro de gesso a cerca de 1m80 do piso e com os falantes voltados para baixo.

Com painel angulado
Graças ao painel frontal angulado, esses modelos de embutir conseguem direcionar melhor o som na área de audição. Podem, portanto, ser utilizados até nos canais frontais. Assim, os sons principais e os diálogos dos filmes são direcionados para os ouvidos dos espectadores sentados no sofá.

Com tweeter pivotante
Semelhantes às tradicionais, levam vantagem por oferecerem um tweeter móvel (pivotante). Com isso, é possível direcionar as altas freqüências para os ouvidos dos espectadores, característica que habilita o uso dessas caixas também nos canais frontais. Se for utilizá-las nos canais surround, procure direcionar o tweeter para as paredes, evitando que os sons secundários dos filmes sejam encaminhados diretamente para os ouvintes.

Com tweeter e woofer móveis
Lançadas pela Projekt, estas caixas possibilitam a movimentação simultânea de todo o conjunto – tweeter (sons graves) e woofer (graves e médios) – formando praticamente uma corneta. Podem também ser utilizadas nos canais frontais. Já na parte traseira da sala, o ideal é direcionar os falantes para as paredes, preservando o envolvimento surround.

Motorizadas
São as caixas de embutir mais sofisticadas. Ficam ocultas no teto até o momento em que o home theater é acionado. Quando isso acontece, as caixas motorizadas saem da moldura, projetando o áudio diretamente para a platéia (ângulo de até 45o). Marcas como Absolute Acoustics e Projekt apostam nesse tipo de solução.

Subwoofers de parede
São a solução ideal para quem quer esconder todas as caixas do home theater. Recomenda-se que sejam instalados na parede de alvenaria (frontal ou lateral) a cerca de 35cm do piso e, de preferência, perto das caixas frontais. Já o posicionamento no teto é pouco indicado e requer a consultoria de um engenheiro acústico. A Boston Acoustics e a Projekt investem nessa área.

COMO INSTALAR ?

A instalação das caixas de embutir é simples, mas exige o acompanhamento de um profissional especializado. Antes de fazer o forro de gesso, já procure deixar prontas as tubulações para a passagem dos cabos e da fiação das caixas. Deixar essa tarefa para depois só vai atrapalhar o trabalho do instalador, aumentando as chances do gesso quebrar durante as obras.

Concluído o forro de gesso (opte pelo acartonado, se seu orçamento permitir), o instalador começa, literalmente, a colocar a mão na massa. É hora de fazer os recortes das caixas no gesso, levando em conta os moldes disponibilizados pelos fabricantes. “As caixas fixas tradicionais e pivotantes exigem em recuo de 15cm no gesso”, diz o projetista Edson Kei. “Já as motorizadas e com painel angulado necessitam de, em média, 20cm.” Por fim, basta instalar a caixa, que ficará firme no gesso graças às travas com molas e parafusos.

Entre os subwoofers de parede, o procedimento é outro. “Nosso modelo pede um recorte de 37cm (largura e altura) por 12cm de profundidade, que deve ser aberto na alvenaria a cerca de 35cm do piso”, declara Roberto Molnar, da Projekt. “Feito isso, é só acomodar o sub, que fica preso à parede com a ajuda de oito parafusos e vai ocupar um espaço um pouco maior na parede –não podemos nos esquecer da tela. Sugerimos também o uso de uma fita adesiva entre a alvenaria e os parafusos, medida que ajuda a evitar vibrações.”

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