Como fazer a correta leitura de capacitores de cerâmico e poliéster.
|Aprenda a decifrar capacitores
Os capacitores cerâmicos, desde um fino capacitor de 10pF até um capacitor de 82pF, com um tamanho um pouco maior, apresentam a inscrição de seu código e valor em seu corpo, de uma forma que não apresentam nenhuma dificuldade quando a sua leitura e identificação conforme mostramos na imagem IMG-01.
Capacitores cerâmicos
O problema ocorre devido a precisarmos representar valores com as casa decimais, por exemplo: 1,2pF; 1,5pF; 1,8pF; a incrição no corpo do componente, normalmente é feita utilizando-se um ponto (.) entre os números ou a letra p, que não significa a palavra ponto, mas sim picofards, ficando inscrito;
1p2; 1p5; 1p8
Capacitores cerâmicos com casa decimal -IMG-02
de forma a representar 1 picofarad e 2 décimos, 1 picofarad e 5 décimos e 1 picofarad e 8 décimos respectivamente, como mostra IMG-02.
Quanto a inclusão de zero na codificação, a convenção de identificação impressa no corpo no componente se modifica a partir dos valores acima das centenas de picofarads.
A codificação segue a seguinte convenção:
– Os dois primeiros números impressos especificam o valor da capacitância.
– O terceiro número indica o número de zeros que há após os dois primeiros números.
Similar a codificação de resistores, só que nos resistores usamos um código de cores e para cada cor existe um número correspondente, e a terceira faixa indica a potência de dez (10a) com os capacitores usamos números mesmo, apresentado na IMG-03.
Sendo assim, 100pF; 120pF; e 150pF, são codificados como:
101; 121; 151
porque só temos um zero após os dois números marcadas.
10+0= 100pF ou 10×10(1)
12+0= 120pF ou 12×10(1)
15+0= 150pF ou 15×10(1)
Todos os valores dados em picofarads (pF)
Nos demais casos temos:
102; 122; 152;
serão lidos como, respectivamente:
10+00= 1000pF (1nF) ou 10×10(2)
Incrição como potência de 10 – IMG-03
Incrição em nanofarads – IMG-04
15+00= 1500pF(1n5F) ou 12×10(2)
Para reforçamos o seu entendimento
temos:
103; 123; 153
Serão lidos como respectivamente:
10+000= 10000pF(10nF) ou 10×10(3)
12+000= 12000pF(12nF) ou 12×10(3)
15+000= 15000pF(15nF) ou 15×10(3)
Uma vez entendida a codificação em picodarads, como a sua respectiva potência de
dez, passemos a codificação expressa em nanofarads.
Para valores de 1000, ou 100000 picofarads, na codificação podemos suprimir os zeros
da potência de dez e substitui-los por uma letra n minúscula; já que sabemos
que 1n=1000p.
deste modo, para os valores apresentados temos a seguinte codificação:
1n; 10n e 100n (farads); tendo o seu valor exatamente como é lido, IMG-04.
Na faixa de 1000pF a 8200pF, temos capacitores comerciais com valores de 1200, 1500,
2200pF, etc… a codedificação não é feita colocando-se o n minúsculo no lugar do
ponto (ou virgula), ou seja, da forma correta:
1n2, 1n5, 1n8, 2n2, etc.
Inscrição em nanofarads com casa decimal
Existe também a possibilidade de especificarmos uma capacitância em microfarads(uF), relembrado que : 1pF = 0.001uF ou 1pF = 10(-3)uF.
Desta forma, os capacitores de 1000; 1500. 1800; 2200 picofarads que correspondem respectivamente a 0,001; 0,0015; 0,0018 e 0,0022 em microfarads, tem a seguinte codificação no componente:
,001=1000(pF)
,0015=1500(pF)
,0018=1800(pF)
,0022=2200(uF)
Utiliza-se o ponto para substituir o zero vírgula (0,), uma vez que o corpo do componente não é bastante largo para ler tantos números impressos.
CAPACITORES DE POLIÉSTER
Os capacitores de poliéster, a exemplo dos capacitores cerâmicos utilizam vários tipos de codificação para um mesmo valor de capacitância; mas sempre baseados nas escalas de representação em pico, nano e microfarads.
Sendo assim, um capacitor de 10000 picofarads pode ter seu valor representado de três formas diferentes:
Formas de inscrição para 10.000 picofarads
10n ou 0.1 ou u01
Conforme indicado na IMG-06.
Na prática a letra u substitui o 0,; passando a representar estão 0,01 microfarads por
u01.
Onde encontramos capacitores com a impressão:
u1; u47 e u82
podemos ler, respectivamente:
0,1; 0,47 e 0,82 microfarads.
Um capacitor de poliéster tem a codificação de seu valor capacitivo, um tanto quanto confusa para o principiante.
Por exemplo um valor impresso:
.1K
pode ser interpretado erroneamente como sendo de 1000 picofarads, porque a letra K é muitas vezes subentendida como Kilo(1000), o que neste caso está errado, porque K, nesta situação indica a tolerância do capacitor.
Um caso pior do que este é a inscrição:
.1M50
Qual seria a leitura errada, a qual somos induzidos a fazer?
Observe que podemos ler erroneamente esta inscrição como que simbolizando uma capacitância de 1,5uF; porque a letra M algumas vezes é considerada como microfarads, e como o u tem substituído o ponto em muitos casos, temos uma
interpretação errada do valor impresso.
TABELA 01 | ||
PICOFARAD | A | B |
1 | 1 | 1p0 |
1,2 | 1.2 | 1p2 |
1,5 | 1.5 | 1p5 |
1,8 | 1.8 | 1p8 |
2,2 | 2.2 | 2p2 |
2,7 | 2.7 | 2p7 |
3,3 | 3.3 | 3p3 |
3,9 | 3.9 | 3p9 |
4,7 | 4.7 | 4p7 |
5,6 | 5.6 | 5p6 |
6,8 | 6.8 | 6p8 |
8,2 | 8.2 | 8p2 |
10 | 10 | 10 |
12 | 12 | 12 |
15 | 15 | 15 |
18 | 18 | 18 |
22 | 22 | 22 |
27 | 27 | 27 |
33 | 33 | 33 |
39 | 39 | 39 |
47 | 47 | 47 |
56 | 56 | 56 |
68 | 68 | 68 |
82 | 82 | 82 |
100 | 101 | n1 |
120 | 120 | n12 |
150 | 151 | n15 |
180 | 181 | n18 |
220 | 221 | n22 |
270 | 271 | n27 |
330 | 331 | n33 |
390 | 391 | n39 |
470 | 471 | n47 |
560 | 561 | n56 |
680 | 681 | n68 |
820 | 821 | n82 |
1000 | 102 | 1n |
Como identifica-la corretamente?
Para isso devemos saber que as letras M, K e J impressas junto aos valores
numéricos no corpo de um capacitor, indicam a sua tolerância conforme a seguir:
– M=20% de tolerância
– K=10% de tolerância
– J=5% de tolerância
Sendo assim, retomemos o valor impresso:
.1M50
A sua leitura correta seria:
– o primeiro dígito 1 – indica valor numérico do capacitor
– o segundo dígito – M – indica valor numérico do mesmo, no caso 20%
– o terceiro dígito – 50 – indica tensão de trabalho do capacitor
.1uF = 100000pF +- 20% com a tensão de trabalho=50v
Devemos salientar que os capacitores de maior distribuição no mercadol, se encontra na faixa de tolerância de 20% no caso o M.
Capacitância com tolerância menores do que 5% não são fáceis de serem encontradas no comércio, e quando são encontradas, apresentam um custo elevadíssimo, comparados aos de valores comercialmente existentes (10%, 20% e 5%).
A tolerância indica que o valor real do componente, não é exatamente aquele marcado no seu corpo, podemos ter seu valor variando dentro da faixa indicada na tolerância.
Um capacitor que tem a letra M incluída no seu código; tem sua capacitância nunca maior ou menor do que 20% do valor inscrito na peça, podendo variar
7%, 10%, 15%, etc.
Na prática sabemos que muito raramente um capacitor tem o valor de sua capacitância variando para menos, mais sim na maioria dos casos sempre variando para mais.
Para observamos o porque da tolerância devemos ter em mente a constituição física de um capacitor, que consiste de duas lâminas condutoras, separadas por um dielétrico que é depositado, espalhado entre elas, sendo que isto indica a sua capacitância.
Para os valores de tolerância inferior a 20%, a tecnologia de fabricação é mais moderna e apurada, aumentando o seu custo, bem como a sua qualidade.
Ressaltamos que os números impressos após as letras M, K ou J, indicadores da tolerância, indicam o valor de tensão de trabalho do capacitor.
Quando temos impresso:
.15M50
temos:
– valor da capacitância – .15uF ou 0.15uF ou 150.000pF ou 150nF
sua tolerância – M – 20% (de 120.000pF a 180.000pF).
– Sua tensão de trabalho – 50V(volts)
No caso:
.1K100
temos:
– valor da capacitância – .1uF ou 0.1uF ou 100.000pF ou 100nF.
– valor da tolerância – K – 10% – de 90.000pF a 110.000pF
– Tensão de trabalho – 100V (volts).
Como parte final, devemos frisar que alguns códigos com postos por números e letras podem vir impressos antes do código referente ao valor da capacitância, separado deste por um hífen (-).
Este código indica o modelo do capacitor para o fabricante, por exemplo; podemos
encontrar a inscrição:
2A – 102
TABELA 02 | ||||
PICOFARAD | A | B | C | D |
1.000 | 1n | .001 | 102 | |
1.200 | 1n2 | .0012 | 122 | |
1.500 | 1n5 | .0015 | 152 | |
1.800 | 1n8 | .0018 | 182 | |
2.200 | 2n2 | .0022 | 222 | |
2.700 | 2n7 | .0027 | 272 | |
3.300 | 3n3 | .0033 | 332 | |
3.900 | 3n9 | .0039 | 392 | |
4.700 | 4n7 | .0047 | 472 | |
5.600 | 5n6 | .0056 | 562 | |
6.800 | 6n8 | .0068 | 682 | |
8.200 | 8n2 | .0082 | 822 | |
10.000 | 10n | .01 | u01 | 103 |
12.000 | 12n | .012 | u012 | 123 |
15.000 | 15n | .015 | u015 | 153 |
18.000 | 18n | .018 | u018 | 183 |
22.000 | 22n | .022 | u022 | 223 |
27.000 | 27n | .027 | u027 | 273 |
33.000 | 33n | .033 | u033 | 333 |
39.000 | 39n | .039 | u039 | 393 |
47.000 | 47n | .047 | u047 | 473 |
56.000 | 56n | .056 | u056 | 563 |
68.000 | 68n | .068 | u068 | 683 |
82.000 | 82n | .082 | u082 | 823 |
100.000 | 100n | .1 | u1 | 104 |
120.000 | 120n | .12 | u12 | 124 |
150.000 | 150n | .15 | u15 | 154 |
180.000 | 180n | .018 | u18 | 184 |
220.000 | 220n | .22 | u22 | 224 |
270.000 | 270n | .27 | u27 | 274 |
330.000 | 330n | .33 | u33 | 334 |
390.000 | 390n | .39 | u39 | 394 |
470.000 | 470n | .47 | u47 | 474 |
560.000 | 560n | .56 | u56 | 564 |
680.000 | 680n | .68 | u68 | 684 |
820.000 | 820n | .82 | u82 | 824 |
1 microF | 1 | 1 | 1u | 105 |
tabela de identificação para capacitores de poliéster
Que significa:
2A – modelo de capacitor
102 – valor de capacitância- 10 x 10(2)pF = 1000pF
Na TABELA-01 apresentamos uma tabela que pode ajudar a decifrar os códigos indicadores das capacitâncias desses capacitores cerâmicos: na primeira coluna indicamos o valor da capacitância como está estampado no corpo do componente, expresso em picofarads.
Na segunda coluna – (A) o valor da capacitância como é expresso no código em que o terceiro dígito, o número de zero ou potência de 10.
Na terceira coluna – (B) – a apresentamos a notação onde as letras P e N aparecem, no lugar de uma vírgula.
Na IMG-08, apresentamos uma tabela similar para capacitores de poliéste; onde na primeira coluna, temos o valor expresso em picofarads, e nas outras colunas como normalmente estes valores vêm impressos no corpo do componente. Na coluna – (A) – a letra n é colocada no lugar de uma vírgula e esta indicação
expressa valores em nanofarads.
Na coluna – (B) – a representação é feita através de um ponto(.) no lugar do zero vírgula(0,) e o valor esta na faixa do microfarads.
Na coluna -(C) – a letra grega u, substitui o ponto(.) e a capacitância também a potência de 10 ou o número de zeros a ser acréscidos aos dois primeiros para dar o valor de capacitância, no caso da escala de picofarads.
Deve ser lembrado que as letras K, M e J indicam a tolerância do capacitor e os números que seguem estas letras indicam a tensão de trabalhor.
Com estas dicas, esperamos que a indentificação doso capacitores já feita de uma forma mais simples e correta.
A importância deste componente é muito grande, já que um valor inadequado pode
comprometer o funcionamento total do circuito ao qual está acoplado